Fenômeno curioso: uma perguntinha atravessa meu caminho desde que comecei a conhecer gente nova (gente nova = nova por estar conhecendo agora e por ter menos idade que eu) pela Internet, através do orkut e do MSN.
Perguntinha impertinente, forçada, deslocada, indiscreta, repetitiva e altamente irritante:
"Você já teve experiência com mulher?"
Por que raios todo moleque que conheço resolve me perguntar isso? Será alguma pergunta default? Será que distribuíram formulários tipo 10 perguntas idiotas para se fazer quando se conhece alguém no MSN? Será que alguma coisa no jeito de eu escrever faz o cara do outro lado achar que eu sou sapatão?
Curioso.
Ainda que eu tivesse tido alguma coisa com mulher (ECA!), o que leva o little punk presumir que eu confessaria? Será que todas as meninas hoje em dia são sapatões? E todas confessam isso pro primeiro mané que aparece e pergunta?
Curioso, deveras.
Eu respondi "NÃO" a primeira vez. "NÃO" a segunda. "NÃO" a terceira. Até que foi enchendo o saco, sabe? Torrando a paciência.
Agora, eu, se fosse você, não me perguntaria isso. Se você for esperto, naturalmente.
Uma coisa engraçada é notar a surpresa do sujeito ao notar que estou levemente emputecida depois de ouvir a pergunta. Ele realmente parece um coelhinho pego pelo farol de um carro se movendo em alta velocidade em sua direção: meio assustado, sabendo que algo não está certo, sem saber o que fazer e com medo de sair do lugar.
Nessa hora que é legal de pisar no acelerador.
É muito divertido ver o carinha levando, na frente de todo o mundo, a mesma pergunta (obviamente, no caso troca-se o "mulher" por "homem") que fez minutos antes. Sem saber se:
1) Tenta dar uma de cool e responder "nunca tive vontade não", para dar a entender que não há motivo para se reagir à tal pergunta da mesma maneira que eu...
Ou
2) Se fica ultrajado e revela seu lado macho, para mostrar que tais pensamentos homossexuais nunca lhe passaram pela cabeça.
De um jeito ou de outro, ele se fode.
Se escolher a opção 1, é só dar a entender então que, no dia que ele sentir uma coceirinha diferente, tiver um sonho mais esquisito, ou alguém cantar direitinho, ele vai sem problema.
Praticamente qualquer coisa ou atividade entre dois homens pode ser distorcida de forma a conter mensagens homossexuais subliminares.
Pena que poucos escolhem essa opção, seria divertido.
A opção 2 é música para os meus ouvidos. Adoro chamar homem de machista, ainda mais na frente de menininhas que eles desejam impressionar. Ficam afoitos para desfazer a má impressão, e então minha diversão começa.
Para começar ataco a coerência do cidadão. Ora pois, onde está a reciprocidade? Se ele pode perguntar isso pra mim como se a possibilidade fosse real, por que não eu pra ele? Por que a cara de espanto? E por que o "eu? eu não, pô!"?
Em seguida é hora de mostrar e enumerar todas as circunstâncias que me levaram a tão elementar raciocínio, quando estas são solicitadas.
- Homem mija um olhando o pau do outro. Tsc tsc, que coisa mais horrível. Vê se eu ia querer entrar num banheiro e ver todas as mulheres fazendo xixi na frente umas das outras. Sai pra lá! E depois eles se preocupam com o que NÓS vamos fazer no banheiro juntas... Esquisito, no mínimo.
- Homem fica pelado no vestiário, todos de pau de fora, evitando olhar pro pau um do outro como se este fosse a Medusa. Talvez por medo de virar pedra (o que, vamos e convenhamos, faria dele um gay mesmo).
Eu não tenho medo de olhar pra um par de peitos em vestiário, porque sei que não vou sentir nada. Confio na minha heterossexualidade, estou segura do que quero. Então não tenho medo.
Mas eles morrem de medo. Esse medo é algo a ser explorado, rende muita risada.
- Ah, o mundo dos esportes! Um baú recheado de situações potencialmente homossexuais enrustidas. Vale mencionar os patoladores do futebol, os tapinhas nas nádegas do vôlei, a agarração estilo frango assado do jiu-jitsu, as opções são infinitas!
Um amigo mencionou que a "culpa" pelo pensamento de que "toda mulher é potencialmente bissexual", é da propaganda da mídia. Que os carinhas tarados em lésbicas são apenas o público-alvo, e que as mocinhas de hoje se empenham para confirmar tal conceito.
Pode ser.
One way or another, aposto que o conceito foi criado por homens. E para homens.
Como sempre, as mulheres acabam entrando na onda para não perder mercado, já que a competição é ferrenha.
Triste, para não dizer o mínimo, que minha filha (se um dia eu tiver uma) tenha que crescer num mundo onde é normal uma mulher chupar outra, mas fio-terra continua sendo coisa de viado.
A igualdade continua sendo só um sonho.
Enfim, pra encerrar: vai perguntar mesmo? Melhor pensar 2 vezes. Eu não faço prisioneiros de guerra.
Perguntinha impertinente, forçada, deslocada, indiscreta, repetitiva e altamente irritante:
"Você já teve experiência com mulher?"
Por que raios todo moleque que conheço resolve me perguntar isso? Será alguma pergunta default? Será que distribuíram formulários tipo 10 perguntas idiotas para se fazer quando se conhece alguém no MSN? Será que alguma coisa no jeito de eu escrever faz o cara do outro lado achar que eu sou sapatão?
Curioso.
Ainda que eu tivesse tido alguma coisa com mulher (ECA!), o que leva o little punk presumir que eu confessaria? Será que todas as meninas hoje em dia são sapatões? E todas confessam isso pro primeiro mané que aparece e pergunta?
Curioso, deveras.
Eu respondi "NÃO" a primeira vez. "NÃO" a segunda. "NÃO" a terceira. Até que foi enchendo o saco, sabe? Torrando a paciência.
Agora, eu, se fosse você, não me perguntaria isso. Se você for esperto, naturalmente.
Uma coisa engraçada é notar a surpresa do sujeito ao notar que estou levemente emputecida depois de ouvir a pergunta. Ele realmente parece um coelhinho pego pelo farol de um carro se movendo em alta velocidade em sua direção: meio assustado, sabendo que algo não está certo, sem saber o que fazer e com medo de sair do lugar.
Nessa hora que é legal de pisar no acelerador.
É muito divertido ver o carinha levando, na frente de todo o mundo, a mesma pergunta (obviamente, no caso troca-se o "mulher" por "homem") que fez minutos antes. Sem saber se:
1) Tenta dar uma de cool e responder "nunca tive vontade não", para dar a entender que não há motivo para se reagir à tal pergunta da mesma maneira que eu...
Ou
2) Se fica ultrajado e revela seu lado macho, para mostrar que tais pensamentos homossexuais nunca lhe passaram pela cabeça.
De um jeito ou de outro, ele se fode.
Se escolher a opção 1, é só dar a entender então que, no dia que ele sentir uma coceirinha diferente, tiver um sonho mais esquisito, ou alguém cantar direitinho, ele vai sem problema.
Praticamente qualquer coisa ou atividade entre dois homens pode ser distorcida de forma a conter mensagens homossexuais subliminares.
Pena que poucos escolhem essa opção, seria divertido.
A opção 2 é música para os meus ouvidos. Adoro chamar homem de machista, ainda mais na frente de menininhas que eles desejam impressionar. Ficam afoitos para desfazer a má impressão, e então minha diversão começa.
Para começar ataco a coerência do cidadão. Ora pois, onde está a reciprocidade? Se ele pode perguntar isso pra mim como se a possibilidade fosse real, por que não eu pra ele? Por que a cara de espanto? E por que o "eu? eu não, pô!"?
Em seguida é hora de mostrar e enumerar todas as circunstâncias que me levaram a tão elementar raciocínio, quando estas são solicitadas.
- Homem mija um olhando o pau do outro. Tsc tsc, que coisa mais horrível. Vê se eu ia querer entrar num banheiro e ver todas as mulheres fazendo xixi na frente umas das outras. Sai pra lá! E depois eles se preocupam com o que NÓS vamos fazer no banheiro juntas... Esquisito, no mínimo.
- Homem fica pelado no vestiário, todos de pau de fora, evitando olhar pro pau um do outro como se este fosse a Medusa. Talvez por medo de virar pedra (o que, vamos e convenhamos, faria dele um gay mesmo).
Eu não tenho medo de olhar pra um par de peitos em vestiário, porque sei que não vou sentir nada. Confio na minha heterossexualidade, estou segura do que quero. Então não tenho medo.
Mas eles morrem de medo. Esse medo é algo a ser explorado, rende muita risada.
- Ah, o mundo dos esportes! Um baú recheado de situações potencialmente homossexuais enrustidas. Vale mencionar os patoladores do futebol, os tapinhas nas nádegas do vôlei, a agarração estilo frango assado do jiu-jitsu, as opções são infinitas!
Um amigo mencionou que a "culpa" pelo pensamento de que "toda mulher é potencialmente bissexual", é da propaganda da mídia. Que os carinhas tarados em lésbicas são apenas o público-alvo, e que as mocinhas de hoje se empenham para confirmar tal conceito.
Pode ser.
One way or another, aposto que o conceito foi criado por homens. E para homens.
Como sempre, as mulheres acabam entrando na onda para não perder mercado, já que a competição é ferrenha.
Triste, para não dizer o mínimo, que minha filha (se um dia eu tiver uma) tenha que crescer num mundo onde é normal uma mulher chupar outra, mas fio-terra continua sendo coisa de viado.
A igualdade continua sendo só um sonho.
Enfim, pra encerrar: vai perguntar mesmo? Melhor pensar 2 vezes. Eu não faço prisioneiros de guerra.
"Vem cá meu amor, que isso é coisa pra macho!"