É impressionante como, ainda hoje, vemos exemplos descarados de machismo todos os dias - principalmente na televisão.
A coisa está tão enraizada na sociedade que passa despercebida em propagandas e as pessoas, inocentemente, acham até engraçado.
Por favor não me levem a mal. Não sou uma daquelas mulheres histéricas e chatas que odeiam homens e se revoltam até mesmo com um ato gentil de cavalheirismo (também acho esse tipo de atitude um saco). Mas gostaria que houvesse igualdade, coisa que estamos ainda muito longe de conseguir.
Mesmo não me considerando uma feminista pentelha, não consigo deixar de sentir um pontadinha de raiva e desprezo pelo cretino (sim, tem que ter sido um homem!) que criou a campanha de cerveja cujos anúncios tenho visto na TV.
Para começar, a campanha não deve ter sido muito bem feita, já que não consigo de jeito nenhum me lembrar da marca da bebida.
O anúncio é basicamente o seguinte: um mané barangoso está no altar, no meio do casamento, quando o padre pergunta se ele aceita a noiva em casamento. Esse mané diz que só aceita se ele tiver certeza de que a noiva vai permanecer gostosa, porque a mãe dela ficou um bucho.
Não, não estou exagerando! As palavras foram essas mesmas, gostosa e bucho.
É ou não é uma propaganda escrota?
Em primeiro lugar, é só por isso que um homem escolhe uma mulher para casar? Porque ela é gostosa??? Fodam-se então dividir as experiências, ter filhos e envelhecer ao lado dela? Foda-se se ela é inteligente, culta, se o ama?
Em segundo lugar, é de se esperar, no mínimo, que o acéfalo que faça esse tipo de exigência seja um Apolo, né não? Pra quê se manter gostosa para um mané baixinho, narigudo, de cabelo ruim ou careca, que está sempre bêbado e ainda por cima com uma pança feiosa de cerveja?
Esse é o mais puro exemplo de machismo.
Os homens ainda acham que as mulheres fazem qualquer coisa para se casar. Que preferem aturar um barango sem-noção, encostado e reclamão a ficarem sozinhas.
Os publicitários são tão burros que nem se deram conta de que mulher também bebe cerveja.
Ou bebia, pelo menos até essa propaganda.
Nenhum comentário:
Postar um comentário