terça-feira, 27 de outubro de 2009

Professores ao longo da vida - Parte 2 - Treva


Pois é, né. Pra cada profissional competente no mundo, tem ZILHÕES de imbecis completamente desprovidos de bom senso, capacidade, etc. Então é óbvio que os professores não seriam exceção.

Pensa comigo: é preciso ser gênio pra trabalhar com crianças pequenas, em idade de alfabetização? É preciso ter prêmio Nobel? Ter doutorado, ser membro da MENSA? Não, certo?
O que é preciso, então? Um mínimo de preparo, paciência e sensibilidade.

Criança é suscetível, é influenciável. Tá em formação, tanto de caráter quanto de personalidade. Vê no professor o exemplo, uma figura de autoridade e referência. Por isso, é preciso ter noção do que se está fazendo; um pouco de psicologia infantil vai bem, obrigada.

Agora imagine a seguinte situação: uma menina de 6 anos. Recém alfabetizada, ainda se familiarizando com as letras, escrita, etc.
Essa criança, um dia, é deixada no colégio com alguns minutos de atraso. Chega à sala, e a aula já havia começado. Ou assim ela pensava.
Ao entrar na sala, nota o tom raivoso na voz elevada da professora. Todos os colegas sentados no chão, olhando para baixo, em silêncio total. Ela ouve o trecho final de um discurso que é uma mega bronca, da qual não sabe o motivo. A professora grita. Muito. Xinga a classe. Diz estar decepcionada. Diz estar CHO-CA-DA. Aponta o dedo com expressão desaprovadora para a cara das crianças, apavoradas e imóveis, humilhadas.
Ela não sabe o que está acontecendo mas, instintivamente, sabe que se fizer alguma pergunta vai ser pior. Se senta com os colegas e se encolhe, confusa, agoniada, esperando passar despercebida. Enquanto isso, a aflição de levar uma bronca sem saber o porquê é quase sufocante.

O esporro dura intermináveis minutos. Ela tenta captar, nas palavras cuspidas com violência, o motivo de tanta raiva da tia Tânia. Não consegue, nada está claro. São só agressões e acusações genéricas, declarações de insatisfação e decepção profundas por parte da tia. Mas nada lhe indica O QUE ACONTECEU.
Parece um sonho ruim, esquisito, daqueles que vc está num lugar, e de repente o lugar e as pessoas mudam de uma hora pra outra, a rua vira um labirinto. Nada ali fazia sentido, aquela não parecia sua professora, ela não conhecia ninguém ali, a bronca não podia ser pra ela. Não era possível!

Logo chega uma outra coleguinha, também atrasada. Ela sente uma ponta de conforto. Pelo menos alguém pra sentar do lado dela, com quem compartilhar, ainda que em silêncio, o absurdo do momento. Não está mais sozinha.
Mas aí acontece mais uma coisa bizarra, o sonho fica ainda mais irreal: a professora para a briga. Dá bom dia pra coleguinha:
_ Oi, Aline.
A Aline, com cara assustada, e de forma cautelosa, responde:
_ Oi, tia Tânia.
E a Aline não foi sentar do lado da menina que, confusa, assistia a cena sem acreditar. A Aline ganhou convite para ir se sentar ao lado da tia Tânia. Por quê? Porque, segundo a tia Tânia, a Aline havia "chegado atrasada" e, portanto, não sabia o que acontecia. Que por isso, era injusto que a Aline levasse bronca com o "resto das crianças".

A garota sente um aperto no peito. Quer gritar "eu também cheguei atrasada!!! Cheguei agorinha mesmo, como vc não viu???". Mas, novamente, o instinto de preservação avisa que não é uma boa idéia. Ela afunda ainda mais. E agora, além da agonia de estar perdida, ela se sente monstruosamente injustiçada.

Acaba a bronca, todos recebem ordens de ir para as suas mesas. A professora assistente distribui papéis mimiografados. Uma folha de exercícios, que dizia o seguinte: "Divida as palavras em sílabas". Embaixo das palavras, alguns quadradinhos.
A menina pergunta para a assistente como deve fazer o trabalho. Aquilo era novidade, nunca havia sido mencionado em sala de aula. Mas a assistente balança a cabeça e passa direto. Hesita um segundo, olha pra tia Tânia, que estava de costas, volta e cochicha para a menina:
_Não posso explicar, desculpe. _ A expressão em seu rosto é de pena.

Consolada pela expressão de simpatia no rosto da assistente, a menina tenta desvendar o enigma do trabalho. BOLA era a palavra. 2 quadradinhos. Pareceu lógico que ela dividisse a palavra e escrevesse BO num quadrado, e LA no outro. O que quer que as tais "sílabas" fossem. E assim ela fez, seguindo a mesma lógica com o resto das palavras.
O exercício amenizou o nervosismo, desviou a atenção do mal estar.

Durante o tempo que tiveram para fazer o exercício, Aline também chamou a assistente. Tinha dúvidas, claro, como todos os seus colegas. Tia Tânia se apressou em vir ajudá-la, e era delicada e toda sorrisos enquanto o fazia. Como que para deixar claro para o resto da classe que a Aline não era considerada parte da mesma escória.

Algum tempo depois, a tia Tânia perguntou se todos haviam terminado. Ninguém queria realmente falar, mas ficou claro que, quem não havia terminado, não ia conseguir fazer mais nada.
Então a tia Tânia parou na primeira mesa, analisou o trabalho de um colega. Andou mais um pouco, parou na mesa da menina. Provavelmente uma coincidência. Pegou o trabalho na mão, perguntou à menina se ela achava que tinha acertado o exercício. A menina respondeu que achava que sim.
E então a tia Tânia, pra mostrar quem é que mandava, amassou o trabalho na frente da menina, sacudiu o papel amassado diante de toda a turma e, de forma teatral, rasgou-o em 2, enquanto gritava que ninguém ali sabia nada. E saiu rasgando o trabalho de outras crianças em seguida, equanto a classe observava, em pânico.

Dirigiu-se então ao quadro negro avisando que ia, enfim, ensinar pela primeira vez a matéria que havia sido cobrada no exercício. Depois de explicar, refez o exercício passado anteriormente.
A menina constatou que havia acertado todas as questões. Se encheu de coragem e foi perguntar porque o trabalho havia sido rasgado, se estava certo. Como resposta, recebeu um "ninguém acertou, eu não havia ensinado ainda a fazer. Vá se sentar".
E ela, tremendo (dessa vez de raiva), foi.

O dia passou-se assim. Todos foram punidos, sem direito a recreio. Menos a Aline. Ninguém pôde brincar com os brinquedos disponíveis na sala, nem ler os livros do cantinho da leitura. Exceto a Aline.

No fim do dia, a menina voltou pra casa desrespeitada, humilhada, avacalhada, destratada, abusada. Sem nunca ter feito nada, e o pior: sem nunca ter entendido a razão.

Desse em dia em diante, foi como se o episódio nunca tivesse existido. A menina tentou perguntar à tia Tânia, mas às vezes até ficava na dúvida se a tia não tinha ouvido a pergunta. Porque a tia agia como se fosse surda, quando esse assunto era mencionado.
Os coleguinhas também nunca disseram nada. Só respondiam "não sei", com medo.
E a pobre Aline, coitada... Essa não sabia mesmo.

Os anos se passaram, e a menina pôde ver que a tia Tânia foi o primeiro exemplo prático e ilustrativo de uma pessoa ESCROTA, DESPREPARADA, INCAPAZ, FILHA DA PUTA, INCOMPETENTE, SÁDICA, DESEQUILIBRADA, IRRESPONSÁVEL, CRETINA, MAU CARÁTER.
Ou seja, ela foi uma fiel representante da maioria da população mundial, em termos gerais. O que não deixa de ser uma lição.

Apesar de ter sido uma experiência bastante dolorosa - cuja dor da injustiça a menina é capaz de sentir vivamente até hoje, quando recorda o episódio - o que ocorreu foi um excelente exemplo de como o mundo funciona.

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O engraçado é que fiz uma pesquisa pelo nome completo da filha da puta no Google, e encontrei uma página de perfil no Google Profiles que me parece ser dela mesma.
Uma senhora, da idade adequada, com um sorriso estéril. Alourada, como a filha da puta era mesmo (embora eu não me lembre das feições).
Várias mençoes a Deus e ao amor que tem por ele (não me surpreende).
E - quem diria - é do Rio. Tudo casa perfeitamente (lembrando que é um sobrenome BEM incomum).

Tânia K*****r

Hahaha, acho que encontrei a maluca filha da puta. Quem sabe eu não mando um e-mail perguntando POR QUE CARALHOS EU TOMEI UM ESPORRO?

Tem 30 ANOS que eu quero saber essa merda!
Vaca.

Hora do bolo


Recentemente, eu resolvi me aventurar em decoração de bolos. Melhor dizendo: decoração de bolinhos (=cupcakes).

Eu sempre tive TARA por decoração e modelagem de bolos. Na época em que a Ana Maria Brega tinha um programa que passava à tarde numa emissora vagabunda (qual era mesmo?), eu parava meu trabalho o que estivesse fazendo e ia pra frente da TV ver as decorações de bolos. Às vezes a série levava uma semana, indo ao ar cada dia um motivo diferente. Muito legal.

Na época da minha festa de casamento, eu tava numa puta depressão, não queria saber de porra nenhuma dos preparativos. Não escolhi música, comprei o primeiro sapato que não me apertou... Alguém já viu noiva chegar no dia da festa sem ter bouquet? Pois é. Não tava nem um pouco preocupada com isso, cheguei e pedi pro cara que tava arrumando as flores na festa preparar um bouquet pra mim, lá na hora mesmo. Do jeito que saísse tava bom.
A única coisa que eu fiz questão de escolher foi o bolo. Eu tinha visto um bolo uns 3 anos antes, quando nem pensava em casar. Tinha achado tão lindo que jurei que se um dia casasse, ia ter um igual. Aí quando resolvi casar (se arrependimento matasse...), fui lá e desenhei o bolo que eu queria pra doceira.
Não comi, mas ficou lindérrimo.

Daí que eu eu nunca fiz um curso de decoração porque, porra: pra decorar, eu preciso fazer o bolo (dã). E tipos, eu nem gosto de bolo (só de chocolate). E eu não quero trabalhar com bolos. Então eu ia decorar o quê? E pra quê? Ia ficar fazendo bolo pra 30 pessoas à toa, só pra ficar decorando? Tá, eu sou doida mas nem tanto, né.

Quando surgiu a modinha dos cupcakes, eu nem dei muita atenção. Eu achava lindinho e tal, mas a idéia de um muffin papagaiado com chantilly não me enchia os olhos. Tá... Chantilly colorido e tals, mas... Nhé (nunca vi graça em decoração de glacé, acho pobre).
Mas aí começaram a surgir uns cupcakes mais elaborados, com pasta americana, flores, bonequinhos e tal.

Ow, maneiro. Já interessou. Porque aí tem a decoração elaborada, bacana, mas sem a obrigação de ficar fazendo bolos gigantescos e inúteis.
Porque néam... Cupcake é fácil de carregar, de comer, dá pra variar, dá pra fazer pouco/muito, com choc chip, com recheio, de chocolate, de baunilha, dá pra ser do jeito que vc quiser.

Entrei num cursinho, fiz alguns, gostei da brincadeira. Não sei se vai ser um hobby assim tão frequente, porque:
1. Tô podendo ganhar peso não. Tá feia a coisa.
2. Custa dindim, né. Pasta americana aqui, ferramentas pra decorar ali, ingredientes, etc...

Se ainda fosse pra vender, tudo bem. Mas pra jogar dinheiro fora não dá.

Então pode ser algo para ocasiões especiais, etc.
Quem sabe... Se for isso, já justifica o investimento. Porque além de ser um ritual bacana, ainda diverte. E ao contrário de um bolo, que te prende dentro do tema, no cupcake pode-se variar a decoração. Então nunca é boring.

Esses aí tão com o crédito do MP, mas fui que fiz.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Professores ao longo da vida


Todo mundo tem exemplos de professores que influenciaram a gente, de uma maneira ou de outra, né? Aquele professor bacana que conseguiu até fazer vc gostar de uma matéria chata, ou aquele professor cretino que corrigia prova de acordo com o humor, e tirava ponto de quem não gostava.
Como em todas as profissões, tem gente que não é competente, e tem gente que não tem ética.

Aqueles que realmente marcam positivamente, são os que, além de saberem do que falam, gostam do que fazem, são inteligentes, têm talento pra fazer da explicação algo fácil (se puder fazer divertido, melhor).
Porque ser bom professor não é só dominar o assunto, é preciso saber passar o conhecimento adiante de forma que capte o interesse do aluno. E pra isso, eu acho que precisa talento sim.

Tive uma professora que me marcou nesse sentido. Ela era uma senhora, já pelas casa dos 6o anos, indo para os 70. Era sóbria, não era "bem humorada", não era "truta" dos alunos, detestava conversas e interrupções, chamava a atenção dos alunos.
Ela chegava lá, dava a aula dela, sem piadas, sem brincadeiras. Mas explicava maravilhosamente bem. De uma forma simples, completa, que não deixava margem para dúvidas.
Foi a primeira vez que eu comecei a me interessar por história. Que as coisas começaram a fazer sentido. Que os eventos ficaram interessantes, e que eu pude notar que eles aconteciam de forma linear, entender que "causas" e "consequências" não eram apenas 2 listas em lados opostos da página do livro, a serem decoradas.

Nem todo mundo gostava da Professora Rosa, claro. Se vc conversasse durante a aula e fosse criticado ou expulso de sala, vc provavelmente a rotularia de megera. Mas pra quem um dia se deu ao trabalho de prestar atenção ao que ela dizia por 5 minutos, tenho certeza que pensa como eu. Na aula dela eu não fazia questão de piada, de conversar, de nada. Eu só queria ouvir o que ela tinha pra me contar, e depois ficava esperando a aula seguinte, como quem espera o próximo capítulo de uma série bacana.

Um dia ela pediu que a turma (estávamos na 6ª ou 7ª série, não lembro mais) fizesse um desenho: uma tribo de índios. Creio eu que era algum tema idiota passado pelo colégio para o dia do índio, ou algo assim. Cheia de orgulho, eu fiz um puta desenho, todo caprichado e cheio de detalhes.
Pô, eu desenhava bem, todo mundo se impressionava, comentava. E a Professora Rosa nunca havia falado comigo (ela não era dada a essas coisas, rs), e eu não tinha coragem de chegar nela e dizer o quanto eu gostava da aula. Porque eu tenho certeza que a professora Rosa torceria o nariz pra "puxa-saquismo" (imaginem uma nanny inglesa, essa é a imagem que eu faço dela). Então eu vi no desenho a oportunidade de mostrar meu apreço pela aula dela. Se ela fazia um trabalho tão bom explicando, eu faria um trabalho igualmente bom com a tarefa que ela havia passado.

Ela foi passando de mesa em mesa (sim, ela era daquelas que checavam cada aluno individualmente) verificando os desenhos, sem comentar nada, apenas abananando a cabeça como em sinal de "ok, tarefa cumprida" para cada aluno. Quando ela chegou na minha mesa, parou. Olhou pro desenho durante um bom tempo. Eu me enchi de orgulho. E então ela me olhou nos olhos e perguntou:
_o que é isso? _ com um quê de indignação.
Gelei na cadeira. Eu só conseguia pensar no quanto eu havia colocado de dedicação no desenho, cuidado dos detalhes, etc... Por que ela não havia gostado??

_ Isso é um índio americano. Por que vc desenhou um índio americano?
Eu queria responder "ué, porque índio é índio, tanto faz", mas eu sabia que não era uma boa idéia. Além disso, eu também poderia dizer que, no afã de impressioná-la com meus dotes artísticos, escolhi fazer os índios mais enfeitados, com mais detalhes, etc. Porque vamos combinar que uma roupa de franjinhas é mais bacana graficamente que uma tanga, né? Em vez disso, eu fiquei tão decepcionada, meu balão desinflou tão rápido, que eu só consegui balbuciar algo como:
_ Não sei. Achei bonito.

Não sei se ela notou minha decepção, se ficou com pena, whatever... Mas a expressão dela se suavizou na hora, e ela me disse que sim, os índios americanos eram bonitos, mas os brasileiros também. Disse que eu podia desenhar os índios tocando instrumentos na frente da oca, ou andando de canoa no rio, me deu algumas idéias. E lembrou que o desenho era para homenagear o índio do Brasil, por isso não fazia sentido desenhar índios que não os "nossos" (dêem um desconto pros termos do diálogo, o mundo era politicamente incorreto naquela época).

Bastante envergonhada, mas mais calma, eu refiz o desenho e levei pra ela, no final da aula. Ela sorriu e elogiou.

Acho que foi uma dos primeiros exemplos que eu tive de incentivo baseado em reforço positivo, ao invés de reprimenda.
Talvez, um professor "bacana" e amigão da moçada tivesse zoado meu trabalho, me humilhando perante a turma. O que não ia melhorar em nada a minha vontade de continuar o trabalho, muito menos a minha opinião de criança sobre os "nossos" índios. (heh)
No entanto, a professora austera e sem senso de humor, teve sensibilidade pra me corrigir sem me detonar, inclusive sugerindo idéias que eu sozinha nao tive.

Acho que essa foi a única vez que falei com ela assim, diretamente (claro, sem contar dúvidas em sala de aula, etc). Ela não era exatamente uma figura convidativa e maternal, rs. Mas sempre a admirei de longe, e ela foi a responsável por eu gostar de história até hoje.

Da próxima vez eu conto o outro lado, a história da pior lembrança que eu guardo de um(a) professor(a).

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Coisas bobas que me fazem feliz

Inspirada por um texto num blog de uma amiga, lembrei de algo bastante bacana que eu gostava de fazer (acho até que já fiz aqui, há muito tempo): lembrar de pequenas coisas que me deixam contente, just because.

O trecho que me inspirou foi o seguinte:

"Viajar à noite.
E não ir dormindo. Ir acordada, olhando a estrada escura, a lua, as àrvores. Sempre dá uma impressão que estou num filme, é engraçado."

É impressionante como ela traduziu em palavras exatamente o que eu sinto. Eu AMO viajar à noite, e a sensação é essa mesmo: a de estar num filme, numa fantasia... Quase que flutuando sobre a estrada.
Nunca iria imaginar que alguém mais se sentia assim, porque é algo tão estranho, né? Ou pelo menos eu achava.
Pena que já tem algum tempo que eu não posso viajar imersa nesse sentimento e relaxada, porque geralmente estou dirigindo. Venho atenta, tensa. Sinto falta, confesso.


Outras coisas que me deixam contente:

- Tomar sorvete com calda, em casa. Se for sorvete puro, nem ligo, quase não tomo. E também não precisa ser muuuuuuita calda. O bacana é ter aquela sensação de fazer algo diferente (quem toma sorvete com cobertura todo dia???), e se divertir ao ver a calda cair em minhoquinha e os desenhos que ela faz no sorvete…
E curtir a expectativa, tentando adivinhar quanto vai vir em cada colheirada. Encontrar o delicado equilíbrio entre as partes para que no final sobre exatamente a quantidade de calda ideal para a última colher de sorvete. Me sinto com 5 anos de idade!

- Usar meias coloridas ou com estampa de bonequinhos pra dormir. Adoro quando está frio e eu posso usar meia em casa o tempo todo. Rosa, azul, roxa, com desenhos… E meia de dedinhos também!! Tenho uma que é toda listrada, com um dedinho de cada cor. Delícia!

- Chegar num estacionamento e avistar meu carro vermelhinho, lá de longe… Adoro a cor dele!

- Um copo de Coca-Cola ABSURDAMENTE gelado e com muito, muito gás! A coisa mais refrescante que existe.

- Fazer o pé. Parece que vc tira mil quilos de peso de cada pé, fica tudo tão macio, limpinho e leve. Por mim, faria todo dia.

- Cair no sono abraçada com meu amor (mesmo que depois a gente se solte e cada um role prum lado, rs). Parece que o sono vem mais fácil, me sinto aquecida e tranquila.

- Alguém pentear/mexer no meu cabelo. A cabeça vai ficando pesada, e parece que vai ficando tudo em câmera lenta...

- Ligar a TV e pegar um filme bacana bem no comecinho. A gente se sente sortudo com a coincidência.

- Estrear alguma coisa (roupa, sapato, batom, qualquer coisa). É como abrir o presente de novo.

- Usar óculos escuros enormes. Me sinto celebrity.

- Abraçar, pegar no colo, cheirar, beijar e brincar com a Wendy. Como eu amo aquele serzinho, é impressionante!

- Fazer alguém rir. Enche o peito da gente de calor e alegria.

- Viajar. Ver coisas novas. Quando o lugar é legal, mesmo tudo sendo diferente a gente se sente estranhamente em casa.

- Terminar um trabalho e me orgulhar do resultado. A gente até se esquece o esforço que custou.

- Entrar em farmácias e fuçar a seção de shampoos e cosméticos, com todo a calma do mundo, mesmo que eu não leve nada. É como se fosse um showroom VIP só pra mim.

- Comprar um celular novo e configurar ele todinho, sem ler o manual. É o começo de uma nova amizade, eu e ele.

- Usar roupa vermelha. Levanta qualquer astral.

- Usar botas. Me sinto poderosa, quase militar.

- Frozen margaritas de morango. É morango. Tem álcool. É rosa. Perfection.

- Estourar sementinha de Maria-sem-vergonha. É o plástico-bolha da natureza, tem gosto de infância.

- Tomar banho de banheira. Quase um útero.

- Aquele pilequinho de sono que parece que vc vai cair antes de chegar na cama. Quase como voar.

- Ver uma joaninha. Joaninhas me parecem felizes e simpáticas. E têm bolinhas!!


:)