segunda-feira, 11 de dezembro de 2006

Cemitérios

Espero que não achem este post mórbido demais.

Eu sempre achei que cemitérios deveriam ser lugares calmos, bonitos. Afinal de contas, basta pouco para tornar um terreno um lugar agradável: gramado, flores, algumas árvores fazendo sombra...

Já vi vários assim, inclusive visitei alguns, tirei até fotos. Todos no exterior, mais precisamente nos Estados Unidos. Pelas fotos, ninguém acreditaria que as enormes hortênsias ao meu lado, e o magnífico gramado ao fundo, com esquilos correndo alegremente pelo chão, fizessem parte de um cemitério.

Se você vai visitar (ou ahn... se "despedir", digamos) algum parente ou amigo querido que se foi, muito menos lúgubre um lugar iluminado, limpo, amplo e colorido, não? Um lugar convidativo até mesmo àqueles que só vão passear?

Queria saber porque cemitério aqui no Brasil é aquela coisa horrorosa, de concreto, cinza, escura, sufocante, espremida (por mais que haja espaço de sobra), com estátuas grotescas e assustadoras erguendo-se umas sobre as outras.

Eu gostaria que existissem belos campos floridos que, além de plantas, acolhessem aqueles que se foram. Por que não? Por que tem que ser feio, repugnante, deprimente? Para se passar o mínimo de tempo possível lá dentro? Para ficarmos nos sentindo mal enquanto lá estamos? Para associarmos a visita a um sentimento ruim, negativo, de obrigação? Não entendo.

Por isso não entendo, também, porque removeram a pintura colorida dos muros do Cemitério da Consolação. Era um muro azulzinho, com umas nuvens em forma de anjinhos (ou, como me pareciam, fantasminhas). No lugar, um muro de cimento, manchado e cheio de infiltração.

É só um muro, eu sei. Mas fez tanta diferença! Mais uma vez, eu não entendo.

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