sexta-feira, 4 de março de 2005

WTF?

Tem umas coisas que a gente não sabe como foram descobertas. Como raios alguém teve a idéia de seguir um caminho tortuoso para chegar a um resultado. O chocolate é um bom exemplo.

Uma vez eu estava assistindo ao programa daquele francês casado com a Débora Bloch (não sei nem o nome dele nem o do programa, e não tô com saco de procurar no Google), e ele estava mostrando como é feito o chocolate. Cara, nem nos maiores devaneios eu conseguiria imaginar um processo tão complexo e bizarro.

- Primeiro neguinho pega só a semente do cacau, o resto sei lá para onde vai.


- Daí os carinhas ficam pisando no grão para descascar (que nem naquela novela lá que eu também não lembro o nome).

- Depois os grãos são colocados para secar/torrar ao sol.

- Depois de secos, são moídos, até se obter uma consistência pastosa. A “pasta de cacau”.

- Não sei direito como, neguinho separa essa pasta em duas coisas: o pó e a manteiga de cacau.

- Para fazer chocolate, é preciso pegar a pasta, e adicionar MAIS manteiga de cacau do que já existe naturalmente na pasta (ou seja, chocolate tem gordura pra caralho).

- Depois de adicionada a quantidade extra de manteiga, é adicionado o açúcar, e tudo é aquecido até derreter e se misturar, e depois congelado.

- Como existe um cristal (sei lá porque “cristal”, mas foi o que os caras disseram) na composição do chocolate que derrete aos 18° C, tem que fazer o seguinte: derreter a parada toda de NOVO, para quebrar o tal do cristal, e depois congelar outra vez.

- Aí sim, o chocolate ta pronto para consumo, porque só derrete aos 34° C (ou 36° C, não lembro bem).


Porra. Na boa, eu teria parado na pasta de cacau (levando em consideração que já considero um puta requinte besta o processo de secagem da semente).
Por que cacete alguém decidiu separar a pasta em pó e manteiga, e ainda juntar parte disso a uma porção de pasta que tinha deixado reservada??
E tipo, depois de fazer essa merda toda, o cidadão deve ter notado que a porcaria do troço derretia assim que ele encostava os dedos. Podia ter desistido, mas não. Ele foi lá, derreteu tudo de novo, botou pra esfriar de novo. Vai ser insistente assim no inferno.

Por essas e outras que eu duvido que essas coisas tenham sido feitas conscientemente. Aposto que é cagada. O cara devia estar tentando fazer outra coisa, ou estava mesmo só futucando o cacau.
Por acaso, deu certo.

Ah, e outra coisa: “chocolate” branco (eca!) não leva pó de cacau. É só uma mistureba nojenta de manteiga de cacau e açúcar.
Então, não vale chamar de chocolate, ok?

4 comentários:

Anônimo disse...

O nome do tal francês é Olivier Anquier, à título de informação...

Anônimo disse...

Grata.
Podia ter dito o nome da novela tb, anônimo.

Anônimo disse...

RENASCER é o nome da novela.

Anônimo disse...

Valeu.