sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Nojo

Eu pretendia fazer uma nova postagem da série Rio x São Paulo, desta vez sobre o trânsito... Mas quer saber? Desanimei.

Eu gostava de dirigir. Entrava no meu carro, ligava o som, o ar-condicionado, e ia meditando num mundo móvel e todo próprio, de casa até o trabalho. Era um tempo que eu tinha pra mim, em que ninguém me alcançava nem me enchia o saco. Um lugar onde eu podia relaxar e pensar na vida, nas decisões que eu queria tomar, nas idéias que eu tinha, o que fosse.

Hoje não dá. O mundo móvel não se move mais, só fica engarrafado. O meu espaço não é mais só meu: é invadido por motoboys que exigem que cada segundo de atenção seja transformado em um exercício de fuga e prevenção de acidentes.

No Rio eu fazia, na hora do trânsito, um trajeto de 30 km em mais ou menos uns 50 minutos, na volta do trabalho para casa.
Ontem aqui em São Paulo eu levei 37 minutos para andar 1.800 metros.

No Rio, da última vez que eu marquei, meu carro fez 9 km por litro de combustível.
Aqui em São Paulo, ele faz 5.

Cheguei em casa agora, 8:43 da manhã. Saí de casa às 7, deixei meu marido no trabalho às 7:30. De lá para cá, foram 9 km em 1 hora e 13 minutos.

No caminho, um motoboy conseguiu bater no meu carro, arrastando a moto por toda a lateral do veículo, desde o paralama traseiro até o dianteiro. Eu estava parada, e havia uma distância de - no mínimo - 1,5 m entre o meu carro e o da pista ao lado.

Normalmente eu teria buzinado, nem que fosse no susto. Mas nem me mexi. Só fiquei lá, dentro do carro, chorando de raiva.

Na boa, peguei NOJO de dirigir.

Um comentário:

Leandro disse...

Por isso que eu nem cheguei a começar.