segunda-feira, 2 de maio de 2005

Ainda vale

O livro O príncipe, de Maquiavel, foi escrito em 1513, mas continua atual. É de impressionar como, apesar de todas as mudanças na sociedade, a natureza humana continua igual.
Entra século, sai século, o homem segue fazendo as mesmas promessas, as mesmas ameaças, perseguindo os mesmos objetivos, cobiçando as mesmas coisas.

Antes, o poder estava nas mãos dos príncipes, dos nobres, do clero. Agora, está nas mãos dos políticos, dos mega-empresários, das celebridades “formadoras de opinião” (cruzes!).
Antes, o homem mais poderoso podia escolher uma mulher de linhagem mais nobre e com um dote maior. Hoje, o coroa rico que tem um porsche e uma ilha em Angra, come a modelo/atriz mais novinha e gostosa da academia.

Mudam os atores, muda o cenário, muda a linguagem, mas o roteiro é o mesmo.

Abaixo, trecho do livro.


Capítulo XVII - Parágrafo 2

“Chegamos assim à questão de saber se é melhor ser amado do que temido. A resposta é que seria desejável ser ao mesmo tempo amado e temido, mas que, como tal combinação é difícil, é muito mais seguro ser temido, se for preciso optar. De fato, pode-se dizer dos homens, de modo geral, que são ingratos, volúveis, dissimulados; procuram se esquivar dos perigos e são gananciosos; se o príncipe os beneficia, estão inteiramente do seu lado. Como já disse, oferecem seu próprio sangue, o patrimônio, sua vida e os filhos, desde que a necessidade seja remota; quando ela é iminente, fogem. Estará perdido o príncipe que tiver confiado inteiramente nas suas palavras, sem tomar cautelas, porque a amizade conquistada pelo dinheiro, e não pela grandeza de espírito, não é segura – não se pode contar com ela. Os homens têm menos escrúpulos em ofender quem se faz amar do que quem se faz temer, pois o amor é mantido por vínculos de gratidão que se rompem quando deixam de ser necessários, já que os homens são egoístas; mas o temor é mantido pelo medo do castigo, que nunca falha”.



Como diz um amigo, vida que segue...

2 comentários:

Anônimo disse...

O principe... que obra maravilhosa naum??? pena que em sua essência eh meio, "malvada".... hehehe.... soh naum esqueça de esquecer algumas coisas desse livro hein..... ehehe......... os fins justificam os meios sim..... justificam........

homempasmado disse...

Olá,

Mi:

Alguém disse que: quem não conhece a história está condenado a repeti-la.

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Como haveria a humanidade mudar em poucos séculos, o que a natureza lhe deu ao longo de milhares... ?

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ninguém:

O Nicolau era um tipo perspicaz. Se a sua obra é meio "malvada", é porque se refere a uma criatura meio "malvada".