sábado, 21 de maio de 2005

Até que se prove o contrário

Dica para ganhar uma discussão ou se criar um mito:

É muito mais difícil provar que uma coisa NÃO existe do que provar que ela existe.

Exemplo:

Se eu quiser, eu posso sair por aí dizendo que eu falo esperanto. Você vai chegar para mim e dizer: _ Mentira, você não fala esperanto. Prove-me.
Ao que eu vou responder: _ Prove-me você de que eu não falo esperanto.

Então, naturalmente, você vai me mandar falar ou ler algo em esperanto. E eu, naturalmente, vou me recusar. Você, naturalmente, vai presumir, a partir da minha recusa, que essa é a prova de que eu não falo a língua e, na sua cabeça, a discussão estaria ganha.

Besteira. Você não provou nada.

Eu posso te enrolar e alegar que eu não li nem falei nada porque não quis, porque não estava com vontade. Ainda que alguém venha falar comigo em esperanto e eu não responda, você não poderá PROVAR que eu não estava entendendo o que foi dito. Ainda que a minha vida dependesse de uma informação essencial que só pudesse me ser fornecida em esperanto, eu poderia justificar dizendo que preferia morrer a falar esperanto.

Assim, a discussão se arrasta por horas e, apesar de você ter certeza, na sua cabeça, que eu não falo a porra do esperanto, você não pode provar, tecnicamente, para fins legais ou de maneira absoluta e incontestável, que eu NÃO falo a porra do esperanto.

É como o Seinfeld no episódio da corrida. "I choose not to run".
Perfeito. Redondo. Incontestável. E irritante pra caralho.

Se você quer ganhar uma discussão, é simples: procure um ponto de vista que não pode ser provado em contrário.

PS: Provar que eu efetivamente falo a porra do esperanto seria bem mais fácil.

5 comentários:

Anônimo disse...

Linda...
Antes vc tinha passado pelas mesmas coisas q eu,mas em um tempo atrás,agora parece que estamos passando sempre pelas mesmas coisas,né?
Só queria te dizer que não fui atrás pq respeitei seu espaço e seu tempo pra fazer o q achar melhor,mas q nunca esqueci de nada do que vc me ensinou ou de qd conversávamos [e ríamos]. Portanto,se vc sentir-se sozinha,e não quiser isso,acho que vc sabe onde me encontrar,não é?E não tente dizer que ñ sente sozinha,pq eu falo esperanto!

ass:Linda

Milena disse...

Só mesmo uma lindinha como vc pra entender meus resmungos em esperanto.
Obrigada por respeitar meu tempo. Eu ando sumida, mas volta e meia boto a cabeça pra fora da toca. E vou te visitar. ;)
Te amo, fofa... Bjs!

homempasmado disse...

Milena:

Pois é, parece que com essa coisa de prova práqui, prova práli, esqueceste-te que o ónus da prova está do teu lado.

Ou seja, até provares o contrário (técnicamente,para fins legais ou de maneira absoluta e incontestável), NÃO FALAS ESPERANTO (de um ponto de vista de terceiros, claro).

Apenas depois de argumentares a favor dessa tua pretensão linguística é que o teu interlocutor se iria dar ao trabalho de contra-argumentar.

Se ele caísse na parvoíce de responder ao teu desafio e tentar "provar" que não falas esperanto... bem, azar o dele!

Aaahh! Pôrra! Mas que energúmeno perderia horas a discutir com alguém que sai dizendo que fala esperanto, mas que se recusa a dizer uma palavra na tal língua?

Tchau

Milena disse...

Ficarias pasmo de saber quantas pessoas discutem por horas a fio, e por bem menos que isso.

homempasmado disse...

Milena:
Não ficaria, não. :-(